São nestas sextas-feiras falidas, de chuva caída,
Que se ainda entedia quem ao tédio imune diz ser.
Queria então era sair à rua; ir ao freezer
Da loja da esquina, apanhar uma Heineken gelada,
Encontrar uma pessoa na rua a mais inesperada,
E perguntar:
“E aí, qual foi a maior tragédia da sua vida?
E seu amor dorido e mais intenso, qual foi?
Me conte até que eu termine esta cerveja!”
Escutar o barulho da Lua, e as ondas do mar,
E hesitar: é realmente disso que se trata?
Então me misturar à multidão fremente; fingir
Que os cumprimentos de quem eu cumprimento matam
Minha solidão, pretendendo que as horas sejam
Paralisadas e a cerveja não esquentada, até
Que a segunda-feira se anuncie, trêmula,
Como chata seria a voz de um anafado patrão!
Autor: Lucas Vinícius da Rosa