E se disséssemos o que realmente pensamos? Algo como a genuína expressão de nossos desejos. Desejoso de mim mesmo, pus-me a buscar a umidade da minha língua, para que meus ouvidos escutassem o que realmente sou. Inclusive, nesta descrição longe de ser apenas das línguas ou do paladar, digo que fui versátil o suficiente para expor meus aspectos mais medíocres. É que cansei-me da dissimulação das pessoas sobre o que são. Exauri-me dessas regras fajutas que sustentam apenas elas próprias. Deu-me, e dá-me, tédio tentar decifrar esse complexo de superioridade humana; como se fossemos um melhor que o outro; um mais sábio que o outro; um mais infernal que outrem. Também não buscaria eu compreensão, exceto aquela dos que honestos são com suas fraquezas. Ah, e como fui fraco por muitas vezes. Nada demais: guerras muito piores que minhas batalhas mentais travaram-se assim, pela fraqueza do espírito. Por isso conservo, e busco alimentar, constantemente, a lágrima derradeira e necessária. Essa sensibilidade, longe de me assassinar, me da vida. Choro juntamente com o choro, e sorrio para que arrancar um sorriso. Das filosofias que estou ciente, umas mais amáveis que outras, delas posso apenas extrair minha reflexão sobre o mundo; isto é propriamente meu reflexo. Daí ser muito expansivo, afinal desse modo encosto nas entranhas das pessoas, como de modo equivalente minhas entranhas estão, neste trecho de palavras, escritas.
Autor: Lucas Vinícius da Rosa