“Tirem-no de lá!”, gritaram
ele queima na chama, no fogo
pulou em fogueira de má lenha
alegando o desejo de labareda
ateou seu sangue, crime doloso
no entanto, ele já preconizara
que viver é desafiar o calor
do riso cálido e da fria agrura,
intragável aos que têm pudor
“Deixem-me aqui!”, retorquiu
sentia-se vivo naquela imolação;
repleto de amor muito longínquo
que, como fogo bem estabelecido,
passa por faíscas de enganação
como a vida, ele era perecimento
que arde pela revogação do oxigênio
eis que, enquanto se acinzentava,
amou o fogo que o incinerava.
Autor: Lucas Vinícius da Rosa