Não se preocupem, pois escancarei as portas férreas dos hospitais a todos.
Não se preocupem, porque do mesmo modo, passando acima dos homens seus códigos,
fi-lo também trancafiar as autoridades com suas algemas em ermos manicômios.
Não se preocupem, contratei angelicais mãos de dígitos humanos e ternos rostos,
para que ao suspiro do moribundo antepusesse o sorriso e não funestos consolos.
Não se preocupem, que às ruas cantarola um povo surdo pelo próprio urro,
todavia as enfermeiras, anjos deste mundo, amparam aqui peitos profundos.
Não se preocupem, há espaço para todos, tendo derrubado divisões e lutos,
é vasto o espaço agora; recuperam-se, e áureas novas fisionomias se revelam.
Venham e ocupem!, afinal aqui todos envelhecem, e nem por isso se escarnecem,
temendo que pelo fim a todos chegar, deflagrar devem por isso vitalício conflito.
Autor: Lucas Vinícius da Rosa