Recuso-me em me avaliar como derrotado
porque, embora desprovido da vitória,
jamais gostei do sentimento da perda
Este primeiro estrofe me descreve,
mas não me define
Isso porque sou observador vitorioso
Como o vento que bate em minha face
e leva, assim, consigo, minha imaturidade
Vi, pela corrente de ar, serem carregadas
várias amizades
Tive pessoas médicas para me cuidar
Advogados da minha vida para me proteger
Alguns arquitetaram as estruturas do que sou hoje
Houve também cineastas e entusiastas
Ainda que não exista posse,
vítima de uma tosse,
ácaro expelido em forma de distância,
vejo, com abundância,
pessoas levarem um pedaço de mim
Elas geralmente levam algo do coração
estou sempre falando, e é com ele que penso
Tenho cérebro invertido, cardíaco
desse coração cerebral vem meu raciocínio
Um comboio de retirantes calmamente se retira
não liga de ser, pela saudade, aturdido
Ah, mas eu sinto! Sinto sim…
sinto falta da pessoa e da sua presença,
sinto vontade de escrever um livro,
só para lembrar de todos,
cravar, na literatura, a sua e a minha
existência.
Autor: Lucas Vinícius da Rosa