Sejam verdadeiras minhas palavras,
e real e profunda minha literatura,
tornar-me-ei vítima de mim mesmo;
Eu assassino, que mata escrevendo.
Retirai minha pele de rinoceronte
e cubrai com ela quebradiça ponte
em cujo extremo, aquém dos santos,
anseio encontrar augustos anjos!
Eis estes versos muito cismados,
que implicam em andares profanos;
daí calcanhares tão desgastados;
ainda que esteja talvez apavorado
mas calmo, se desta ponte eu caia
escorregando em minha própria pele.
Autor: Lucas Vinícius da Rosa