Quando o Sol oferece seus raios a todos, logo se vêem as criaturas inocentes e as que, em torno da fogueira, tudo fazem para não se queimar.
São assim os dias nos quais não estive ausente, e quis para mim um Sol qualquer, em que pudesse me bronzear.
Ao redor uma cidade me pulsava a vida, em velocidade diferente do meu olhar. O jogo na esquina, displicente, para os jogadores lucrativo, era já perdido para o jogador.
Um filho que assessora à mãe, perguntando pelo dinheiro de um bolso incerto, a ser transferido para o de seu pai, era outra figura sem a sombra paterna. Os carros que nesta rua, em frente a mim, vêm e vão. Exalando as fumaças dos escapamentos da sociedade, que assopra e bafora sem fim.
O andar calmo e paciente da senhora, que deseja enxugar suas veias, para que o coração veja seu neto crescer. O transportador das nossas cargas mais que necessárias a passarem nos carros, aos quais, pela lentidão buzinamos.
A velhinha com seu batom de outra década, constituindo o desejo em encontrar um homem de sem tempo. A defasagem das gerações, agora, me parece um mero capricho dos que não querem viver.
Sei hoje que porque Drummond tem uma estátua num banco, em pleno Rio de Janeiro, é porque no banco se observa, no banco se vê à vida, pelos olhos vazios do outro. E com isso o nosso próprio vazio. Um trago no cigarro não necessariamente traz o câncer; quando na verdade o que infecta as células é não viver! Meus avós mancavam e sorriam.
Meus pais querem que eu lhes dê netos. Não porque almejam mancar, mas pelo tropeço do neto, através do qual correm outra maratona existencial. E assim findo meu texto, sem terminar minha observação. Boa volta, ou caminhada, à você também.
Autor: Lucas Vinícius da Rosa